Quaresmeira da janela, os seus galhos frágeis.
Vencera as pedras do asfalto, suas raízes ágeis.
O roxo das pétalas, o sol e a fuligem atacavam.
Quase sem perfume, mas , inspiração exalavam.
Eu deixara as pétalas, dançando na calçada.
Sonhando, quando felicidade, fizera morada.
Tão distante, pois para mim, fora impossível.
E quanta impossibilidade, a tornara invisível.
Eu voltara, depois de tanta saudade sentir.
Tantos verões extremosos, tentando invadir.
Sentira que minha rua, resvalada pelo vento.
Trouxera o teu olhar, trouxera o sentimento.
Quaresmeira natalina, sem tempo, sem hora.
E pétalas cobrindo galhos, flores de outrora.
Desertada comiseração, ainda caindo lenta.
Mantida pelo adágio ,ainda a alma sustenta.
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