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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

DISTANCIAMENTO

 Minha alma, como um vento passageiro.

Tão perto, tão distante, tão sempre igual.

Esvoaçante  tempo, equivocado e inteiro.

Qual uma andorinha levada, no vendaval.


Como a simetria das atitudes, como olhar.

Estendido e viajante, longe e distanciando.

Assim, quando eu te vira, fora como viajar.

Estática e sonhadora, oceano atravessando.


Porém as palavras fizeram, eu me fechar.

Completamente, num mundo tão incerto.

As palavras apenas, desvalendo o explicar.

Intenções remotas, discernimento deserto.


A noite porém me abonando, então, pois.

Uma leveza tépida, num caminho só meu.

Como o jardim florescido, só visto depois.

Eu me contento, a vida assim me escreveu.


Os meus dias bem arrematados, eu vivo.

Esperançosos como, os mistérios por vir.

Para amar, meu coração mantendo ativo.

Pois amor, um doce, doce provar e sentir.

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