Roçam os telhados das casas, riscam os céus as
transparências.
Ventos são saudades criando asas, dos tempos são eloquências.
Eu queria ver agora o teu rosto, e alisar teus cabelos
em neves.
Pousaria o olhar, com muito gosto, como ventos lentos e
breves.
Contaria ainda a tempo o que tenho, acho que ia me
entender.
Talvez saiba de onde venho, meus anseios, apostaria
conhecer.
Os ventos fortes, que varreram, que limitaram nossas
conversas.
Tais milênios, que se procederam, colocaram as ordens
inversas.
Os ventos ligeiros queria eu ser, ir e voltar tão
livre e densa.
Sentimentos primeiros a entender, do entardecer
recompensa.
Os ventos sacramentam as orações, como se achegam nos
dias.
As gotas grossas, anunciam verões, destes, agregadas
melodias.
Tais ventos clareiam minhas vontades, insistem em me
levar.
Coordenam dentro de mim tempestades, as melodias de
ninar.
Constantemente ver os teus olhos lilases, um rosto que
guarda.
Beleza singular em todas as fases, e imbatível, sempre
retarda.
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