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quinta-feira, 30 de abril de 2020

DESERTA

Como violeta, deitada num vaso.
Rodeada, dos exemplares iguais.
Também sendo, um rio bem raso.
Perigo algum,  abonando jamais.

Como a estrela, tão simplificada.
Contendo interesse, determinado.
Simples quanto, não ser tocada.
Como amor partido, despetalado.

O cheiro dispersante, da manhã.
Voando na fumaça, como gosto.
Perfumado café,  padaria anciã.
O sabonete, com a água no rosto.

Lento o corpo, esperando ensaio.
A rua chamando, para começar.
A chuva fina, causando desmaio.
E um sol aguardando, para raiar.

O pensamento, teimoso empaca.
Determinando, o estendido sono.
Uma saudade, fingindo a ressaca.
Numa rua deserta, teu abandono.

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